Por que a vida é
podre?
Tem aquilo que eu
não posso ter
Aí você já sabe o
que passa dentro da TV
Estou aqui sozinho;
não escuto e nem posso ver
Aí você já sabe
que eu não quero te perder
E, de repente, eu me
sinto uma criança
E tudo acaba sem
por quê
Eu já estou sem
nenhuma esperança, pra continuar a viver
Dormir não é tão fácil; acordar já não tem mais prazer
O sol me cega aos
poucos; a lua demora a aparecer
Meu fim já está
tão próximo, não quero mais te ver
Não quero mais...
Lutar não é,
assim, tão fácil
Se estou sozinho e
sem você
Não acredito mais
em minha mudança, vejo tudo desaparecer
Eu já estou sem
nenhuma esperança, pra continuar a viver
Meus olhos estão
sangrando, pelo fato de não mais te ver
A boca está
secando, demora até para beber
Só sobrou uma
garrafa, com dois dedos pra me entorpecer
E tudo isso é tão
triste, porque estou sozinho, sem você
II
O amor em si já é despedaçado
Necessita de dois lados
Unidos por inseguranças e medos
sombrios
Cercados pelas trevas túrgidas
de seu corpo esfacelado
Sobreponho-me diante de meus
medos
Na desesperança que desista de
seus sonhos
Sua realidade de teflon sobre
mim
Zumbi! Sigo minha morte, sem sua
vida
Rodeado de Diabos santos, no céu
do Demo que habita em mim
Evacuo minha mente com uma
seringa
Permitindo que por meio de um
cateter, você possa sair de mim
Meu ecocardiograma não mostra
mais um coração
Mapeia um bolo de carne moída
por isso, que chamam de paixão
Já não vejo mais esperança para
mim
Ergo com toda minha força a batalha
pela qual tento me redimir
Olhos cegos, ouvidos surdos e
janelas de concreto
A desesperança de não ter mais
esperança tritura meu ego
Convencendo-me, do que escrevo
aqui!